18 de outubro de 2014

Assim fica fácil: a diabetes gestacional!

Eu vejo a sociedade mudar. De verdade... eu estou sentindo isso na pele.

Há poucas semanas descobri a diabetes gestacional de uma maneira muito confortável e esclarecedora graças a profissionais excelentes. Mas a minha história de hoje não começará por aqui, mas quando junto a essa notícia também descobri que tive diabetes gestacional na gravidez do Dudu e não soube. A médica não soube...

Pior foi saber dos riscos que eu e o Dudu corremos de graça e que nem tinha consciência disso. E ouvir que por conta desses primeiros meses no meu útero doce ele poderá ter diabetes se tiver sobrepeso. É de cortar o coração! Aí me vem à mente o terrorismo psicológico que minha ex-obstetra fazia com relação ao peso dele e meu, me fazendo sair da consulta desesperada e em prantos, especialmente nos últimos dois meses de gestação. Mas estava de mãos atadas, como se tivesse que aceitar o fato e pronto. Agora paro e penso: isso é normal? Isso que eu deveria esperar da minha médica em um momento tão especial?!

Julgamentos e problemas deixados de lado - porque graças a Deus o Dudu nasceu perfeito e segue com muita saúde -, minha experiência na segunda gestação vem sendo incrível e vou contá-la aqui, até porque tem tudo a ver: hoje é o Dia do Médico!

Pra começar, dizer que por muita sorte já estava passando por consultas com uma médica que talvez nem saiba mas que hoje é queridíssima para minha família toda e especialmente para mim: a Dra. Tatiane. Desde o começo foi uma pessoa muito atenciosa, sempre me deixou com todos os contatos dela, mas com certeza não foi só isso que a tornou tão importante.

9 semanas de gestação do Joaquim e fui conversar com ela. Além de receber todas as orientações necessárias, logo me perguntou o tipo de parto e eu disse: cesárea (afinal, quem passou por uma, passa por duas). Ela anotou sem falar nada, me lembro muito bem. Saí de lá com receitas para vários exames, inclusive a chatonilda curva glicêmica. Pensei se seria muita implicância com o peso que o Dudu nasceu, mas fiquei na cabeça com a seguinte frase dela: "não teremos outro super bebê".

Nas semanas que se seguiram fui fazendo alguns exames, mas não conseguia fazer a tal curva porque fiquei muito enjoada nessa gestação e ficar em jejum era impossível. Ao longo do tempo, fui a outras consultas e sempre atenciosa a Dra. Tatiane me mandava e-mails perguntando da tal curva. Caramba, deve ser importante, ela está me mandando e-mails!

12 semanas e tive uma nova consulta, da qual saí com uma receita que dizia o que ela já vinha me falando desde o começo: "Vanessa está apta para realizar atividades físicas" e a sugestão era: matricule-se o quanto antes em alguma modalidade. E foi o que fiz. Achei o programa Mammy da academia Run2Fit, onde a querida professora Claudia me acompanha desde então. São aulas de 30 minutos de alongamento seguidas de 45 minutos de hidro, duas vezes por semana, com um monte de mulheres incríveis e seus bebezinhos. Além de treinar o corpo, treinamos a fala (rs), já que não paramos de conversar sobre enxoval, técnicas de amamentação, parto, choro e etc.

Bom, alguns dias depois finalmente fiz o exame. No outro dia já tinha uma consulta marcada com a Dra. Tatiane, que logo entrou no site do laboratório ali, na minha frente, e disse: o resultado saiu. O exame, que ficaria pronto apenas em seis dias, já trazia o resultado da diabetes gestacional. E foi com muita calma e um sorriso que ela me passou a informação e disse: vamos cuidar de você e do bebê. Tudo vai dar certo.

E saí de lá com um parabéns por ter me matriculado e também toda a família na academia, e algumas missões como passar com uma endocrinologista e uma nutriciosta.

Depois de uma enrolada de quase um mês e alguns e-mails da Dra. Tatiane me puxando a orelha por ainda não ter ido nas médicas e acompanhando o controle meu de glicemia, encontrei mais dois seres importantes nessa trilha: a Dra. Patricia, endocrino, e a Dra. Camila, nutricionista. Ambas especialistas em diabetes gestacional.

O diagnóstico não é legal... deixar os doces de lado, ainda mais pra mim, parecia muito difícil. Mas o apoio delas está sendo fundamental, todas atenciosas, me acompanham por e-mails, me ligam, incrível. Com isso, estou mega estimulada e seguindo todas as recomendações: dieta regular, açúcar zero, controle de glicemia 4x por dia, exercício físico pelo menos 2x na semana e agora um remedinho a noite para melhorar a glicemia em jejum.

O resultado? Até agora 5 quilos a menos, uma barriga de 1 mês e meio menor (comparada com foto!) e com certeza muito mais saúde e disposição não só pra mim, mas para todos ao meu redor. Que experiência incrível tem sido e me sinto diariamente agradecida por ter colocado tantas pessoas cuidadosas na minha vida.

A última consulta na Dra. Tatiane foi muito especial. Contei de tudo o que tenho ouvido e ela também me falou da importância de eu estar tentando seguir tudo, embora seja a minha segunda gestação e as mães não se empenharem assim achando que "tudo dará certo, já que na primeira vez deu". Mas o especial foi ter ouvido a pergunta que sabia que viria em breve "vamos tentar o parto normal?". Nesses meses, percebi que a Dra. Tatiane vinha falando aos poucos do assunto, mas sempre com muito respeito e sem nunca questionar a minha suposta decisão pela cesárea. Realmente não tem preço ouvir "não vamos ficar presas à indústria dos agendamentos, vamos fazer o que for melhor para você e para o bebê". Olha... sem palavras. Não me decidi ainda pelo tipo de parto, mas como é bom saber que não precisamos fazer o que a maioria faz. Ao final da consulta ainda me falou sobre parto humanizado, que é o bebê entrar em contato e mamar logo após sair da barriga e que faremos isso se der tudo certo. Posso contar? Meus olhos se encheram de lágrimas na hora... parecia uma boba quase chorando. Não poderia pensar em nada tão especial, principalmente me lembrando de tudo que passei com o Dudu.

A questão não é uma coisinha ou outra, mas o todo. Por isso vejo a sociedade mudando, assim como eu venho mudando. Tenho buscado pensar o quanto estamos aqui para sermos felizes e fazermos o bem a outras pessoas, mas ainda vejo muita gente só atrás de dinheiro, status e poder. Uma corrida que, de verdade, não me faz chegar à conclusão do que realmente estão buscando. A minha busca? Ser feliz, ter uma família incrível, amar incondicionalmente, educar, ser melhor, contribuir para outras pessoas. E fazer isso se propagar por aí.

E então encontro médicas como a Dra. Tatiane, que talvez nem tenham notado a diferença que estão fazendo por aí, mas fazem parte dessa corrente do bem. Ao contrário do que alguns pensariam até esta parte do meu relato, ela é bastante jovem, provavelmente mais nova do que eu. Mas não são os anos de vida que dão essa receita de atenção, simpatia, cuidado, ética e valores. Isso não nos ensinam na faculdade, mas fazem parte da nossa criação e da nossa essência.

Então, nesse Dia do Médico, não poderia deixar de escrever esse post, relatar que temos excelentes profissionais e, melhor ainda, pessoas por aí, e agradecer a cada uma delas: Prof. Claudia, Dra. Patricia, Dra. Camila e especialmente a Dra. Tatiane. Vocês não imaginam a minha gratidão por vocês, ainda que o Joca tenha uns dois meses para nadar na minha barriga.

Parabéns a vocês pelos seu dia, mas principalmente pelo que fazem, pela contribuição que dão à sociedade, pela disposição em cuidar dos outros. Isso é motivo para se orgulharem todos os dias e, ao deitar a cabeça no travesseiro pensarem: "eu não estou aqui nesse mundo à toa, mas por um motivo muito nobre. E estou fazendo isso da melhor maneira". Se não pensavam assim até então, passem a fazer.

Um grande beijo de toda a nossa crescente família: Mamãe Van, Papai Thi, Dudu e Joca.

Obs: não coloquei os sobrenomes das profissionais aqui para manter a privacidade delas, mas quem precisar pode me procurar no e-mail vanbastos@gmail.com que eu passo os telefones!